
A juíza plantonista Glenda Moreira Borges, do Plantão Cível da Comarca de Cuiabá, indeferiu neste sábado (3) o pedido de prisão e aplicação de multa contra Aron Dresch, presidente da Federação Matogrossense de Futebol (FMF). O pedido havia sido feito pela Associação Camponovense Celeiro de Futebol (ACCF), que alegava descumprimento de uma liminar que suspendia a eleição da FMF, marcada para o mesmo dia.
A disputa pela presidência da FMF opõe Aron Dresch, da chapa “Progresso no Futebol”, e João Dorileo Leal, da chapa “Federação para Todos”. A liminar, concedida anteriormente pela mesma juíza, apontava “indícios suficientes de irregularidades estatutárias e legais no processo eleitoral”, incluindo a ausência de prazo para impugnação do edital de convocação e a candidatura de Dresch para um terceiro mandato, supostamente vedado pelo estatuto.
A ACCF argumentou que a Assembleia Geral Ordinária, realizada às 10h, desrespeitou a liminar, que havia sido comunicada às 8h45, configurando uma manobra para burlar a decisão judicial. A associação solicitou multa de R$ 10 mil por hora de descumprimento, a prisão de Dresch e a nomeação de um interventor.
No entanto, a juíza Glenda Moreira Borges entendeu que não houve violação clara da ordem judicial. Ela destacou que a liminar apenas suspendia a eleição, não a realização da Assembleia Geral Ordinária. A magistrada ressaltou que medidas coercitivas como multa e prisão exigem “comprovação cabal e inequívoca” de resistência à ordem judicial, o que não ocorreu no caso. Segundo ela, não foi comprovada a realização ou tentativa de realização da eleição, o que torna injustificável as sanções solicitadas.
“Nesse contexto, não restou suficientemente demonstrado, de forma inequívoca, que o presidente da FMF tenha deliberadamente descumprido o comando judicial anteriormente exarado, na medida em que a realização da assembleia, desacompanhada da concretização do ato eleitoral, não configura, por si só, afronta à obrigação de não fazer imposta pela decisão liminar”, afirmou a juíza em sua decisão.
A decisão da juíza ocorre em um momento em que a gestão de federações de futebol está sob escrutínio. Uma reportagem da revista Piauí, publicada em abril de 2025, revelou um aumento significativo nos salários dos presidentes de federações, que passaram de R$ 50 mil para R$ 215 mil mensais, com direito a décimo sexto salário, após a posse do atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
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