
Sorriso (MT) — Quase 16 anos após um crime brutal chocar o município de Sorriso, no Mato Grosso, Paulo Schmit dos Santos foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão pelo assassinato de Roseli Gonçalves de Aguiar, de 31 anos. O crime ocorreu na madrugada de 24 de dezembro de 2009, em uma área rural próximo ao bairro Parque Universitário. A decisão foi proferida nesta terça-feira (6), após julgamento no Tribunal do Júri.
Na época, o feminicídio ainda não era tipificado como crime na legislação brasileira, o que, segundo o juiz responsável, poderia ter elevado a pena aplicada. O juiz Rafael Depra Panichella, que presidiu o caso, explicou que o processo enfrentou longa tramitação devido à complexidade das investigações e ao desmembramento de ações que envolviam mais de um acusado.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Roseli e Paulo mantinham um relacionamento extraconjugal havia cerca de um ano e oito meses, marcado por conflitos e ameaças. Na noite do crime, os dois participaram de uma festa em um clube da cidade, onde discutiram. Em seguida, Paulo teria levado Roseli a um local afastado com o pretexto de “conversar”, e lá cometeu o assassinato.
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A investigação apontou que Roseli foi despida, teve os braços amarrados com a própria calça jeans e foi brutalmente agredida. A vítima sofreu socos, pontapés e foi asfixiada antes de receber um golpe fatal na cabeça com um pedaço de madeira. O corpo foi encontrado em posição de decúbito ventral, com o quadril apoiado sobre um fio de arame, impedindo qualquer movimento. Próximo ao local estavam sua motocicleta, roupas íntimas e o instrumento do crime.
Para o promotor Luiz Fernando Rossi Pipino, a sentença representa a concretização da justiça. “Mesmo com o passar dos anos, os familiares nunca desistiram de buscar a punição do agressor. Foi um crime covarde contra uma jovem mulher”, declarou. Ele ressaltou que a irmã da vítima já havia alertado Roseli sobre os riscos do relacionamento.
Roseli deixou uma filha. A defesa de Paulo Schmit dos Santos afirmou que já recorreu da decisão e pediu a realização de um novo julgamento.
NORTÃO MT