
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou multas que somam R$ 20 milhões a nove garimpeiros na região de Poconé e Sinop, em Mato Grosso, por uso irregular de mercúrio na extração de ouro. As penalidades são resultado da Operação Almadén, deflagrada no início de junho, que fiscalizou garimpos e mineradoras de médio porte que utilizavam mercúrio ilegalmente.
De acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, as autuações ocorreram porque as empresas operavam sem licença ambiental ou com mercúrio sem origem lícita, substância cuja comercialização é rigorosamente monitorada pelo órgão. “Todo mercúrio de origem legal precisa ser declarado e informado no sistema de informações do Ibama, e as transações, de um vendedor para um comprador, são registradas no sistema. Nessas operações, não havia registro de compra ou comercialização legal do mercúrio”, explicou.
A operação contou com o suporte da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), que vêm atuando no combate ao contrabando e comércio ilegal de mercúrio, substância tóxica utilizada para separar o ouro das impurezas na mineração artesanal. Em operações anteriores, denominadas Hermes (Hg) I e II, já foram desarticuladas organizações criminosas envolvidas no tráfico de mercúrio.
O Ibama destaca que o uso do mercúrio ilegal pode causar graves danos ambientais e à saúde humana, contaminando rios, solos e afetando populações ribeirinhas e indígenas que dependem da pesca para subsistência. O mercúrio, líquido em temperatura ambiente, evapora e é facilmente inalado, acumulando-se no organismo humano e provocando sérios problemas neurológicos.
Além das multas, o Ibama segue monitorando e fiscalizando as atividades ilegais de mineração, com o apoio da PF e MPF, para garantir a preservação ambiental e a segurança das comunidades locais.
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