
“Peço perdão para a família da Vitória. Nem eu e nem os irmãos dele temos culpa de nada. Eu peço perdão de joelho para o pai dela, mãe dela, toda a família. Me perdoem”, declarou a mulher, visivelmente abalada, em entrevista à TV Verdes Campos Sat.
Rhuan foi preso nessa segunda-feira (5) e, em interrogatório à Polícia Civil, confessou ter matado a companheira após uma discussão motivada pelo desejo dela de terminar o relacionamento. Segundo o delegado Arnon Osny Mendes, que conduz a investigação, apesar da confissão, o depoimento do rapaz apresentou contradições. Ele alegou ter sido agredido por Vitória, mas não apresentava sinais de lesão.
Ainda em interrogatório, Ruan alegou que esfaqueou a companheira após ter “perdido o controle”, mas teria demonstrado sinais de arrependimento.
“O investigado confessou de forma voluntária durante o interrogatório que assassinou a Vitória. Os motivos são banais. Ele disse que ela queria terminar a relação e, em um momento de descontrole, a esfaqueou. A versão de agressão por parte dela não se sustenta”, afirmou o delegado.
Osny ainda destacou que a família do jovem tem colaborado com as investigações.
“Eles entendem a dor da outra família. Neste caso, há duas famílias destruídas: a da vítima e a do criminoso.”
Rhuan passou por audiência de custódia nesta terça-feira (6) e segue preso preventivamente.
Relembre o caso
Vitória Rodrigues Farias foi morta dentro de casa, com ao menos quatro golpes de faca, na manhã de domingo (4), na frente dos dois filhos — uma menina de seis anos e um menino de dois. Segundo a Polícia Militar, uma amiga da vítima recebeu uma ligação de Rhuan confessando o crime. Ao chegar ao local, encontrou Vitória caída e sem vida.
Na noite anterior, a família havia comemorado o aniversário da filha mais velha do casal. Já pela manhã, câmeras de segurança registraram o momento em que Rhuan foge correndo da residência. Pouco depois, Vitória aparece ferida, tenta buscar ajuda na casa vizinha, mas cai no asfalto e morre antes de receber socorro.
Dentro do imóvel, a polícia encontrou marcas de sangue em vários cômodos, uma faca com cabo branco e vermelho (possivelmente a arma do crime), além dos celulares da vítima e do suspeito. O som da casa ainda estava ligado quando os policiais chegaram, e a filha mais velha foi encontrada em estado de choque.
O crime é investigado como feminicídio pela Delegacia de São José do Rio Claro.
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