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sexta-feira, 13, junho, 2025

Sorriso (MT): Justiça determina que Estado e Município custeiem tratamento com células-tronco na Tailândia para criança com doença rara

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Uma decisão da Justiça acatou o pedido da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) e determinou que o Município de Sorriso e o Estado de Mato Grosso custeiem um tratamento experimental com células-tronco na Tailândia para uma criança de apenas 5 anos, diagnosticada com uma condição rara que pode levar à cegueira total.

O tratamento será realizado em Bangkok, capital tailandesa, por uma empresa de biotecnologia parceira do Better Being Hospital. A criança, identificada pelas iniciais T.R.C.M., sofre de hipoplasia do nervo óptico bilateral, associada a atraso global de desenvolvimento — uma condição congênita, rara e degenerativa, sem cura e com tratamentos limitados no Brasil.

A decisão judicial, proferida na segunda-feira (9), obriga os entes públicos a arcar com todos os custos do procedimento, incluindo passagens aéreas, hospedagem, alimentação, exames médicos e medicamentos, tanto para a criança quanto para um acompanhante. O prazo estipulado para viabilização da viagem e do tratamento é de até 60 dias.

O protocolo médico na Tailândia envolve a aplicação de seis injeções de células-tronco, sessões de fisioterapia e acupuntura, em um programa que dura cerca de 15 dias. O custo total é estimado em R$ 171.576,06.

Caminho até a conquista

A ação foi movida pela defensora pública Laysa Bitencourt Pereira, do Núcleo da DPE em Sorriso, em setembro de 2023. Ela explica que todas as alternativas de tratamento disponíveis no Brasil já haviam sido esgotadas. “Sem essa nova tentativa, a criança estaria fadada à cegueira total”, afirmou.

A mãe do menino, J.B.C., de 29 anos, moradora de Sorriso, lembra que, aos três meses de idade, o filho já apresentava sinais de dificuldade visual. “Um neuro-oftalmologista nos disse que não havia tratamento no Brasil. Comecei a pesquisar e encontrei esse tratamento com células-tronco na Tailândia.”

Ela também se inspirou em relatos de sucesso de outras mães, uma de Mato Grosso do Sul e outra de São Paulo, cujos filhos também foram submetidos à mesma terapia no exterior. Um dos meninos, segundo ela, voltou a enxergar parcialmente e leva hoje uma vida normal com uso de óculos.

Emocionada com a decisão judicial, a mãe celebrou a vitória: “Recebi a ligação ontem, informando sobre a decisão. Fui trabalhar chorando. Graças a Deus, não desisti.”

Agora, a família se organiza para a viagem. A expectativa é de que o menino, que completará seis anos em agosto, embarque em breve para o tratamento. “A única esperança que tenho é esse tratamento. Ele me perguntou se vai ter parquinho lá, e eu disse que sim”, contou, emocionada.

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