“Peço que orem comigo”, diz ucraniana que mora em Cuiabá

 Foto: EPA/Via BBC

“Estou muito preocupada com a minha família, e esperando que vá ficar tudo bem. Só estou orando pelo melhor. A única coisa que peço é que orem comigo”.

A confeiteira ucraniana Olya Chuhui, que reside em Cuiabá desde 2016, tem acompanhado aflita as informações sobre o embate entre Rússia e Ucrânia.

Nesta manhã, ela foi acordada pela notícia da invasão da Ucrânia ordenada pelo presidente russo Vladimir Putin.

Olya tem uma loja online de chocolates belga na Capital mato-grossense, mas tem parentes que moram na Ucrânia, próximo à fronteira russa, e na Capital Kiev, que estão vivenciado a invasão das tropas vizinhas.

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Pedindo que não tenha sua foto publicada, Olya contou ao MidiaNews que conseguiu falar com seus familiares e que todos estão bem. No entanto, assim como outros moradores ucranainos, os parentes estão em busca de abrigos para se proteger dos ataques do exército russo.

“Eu, como as outras pessoas, estou aqui esperando as notícias. Conversei com minha família e eles estão bem, mas estão a pronto, se informando sobre lugares onde podem se esconder”, relata.

Eu, como as outras pessoas, estou aqui esperando as notícias. Conversei com minha família e eles estão bem

“Recebi muitas perguntas de como estou me sentindo e é ruim. De que outra forma posso me sentir?”, acrescenta.

Em seu Instagram, Olya também fez algumas postagens para falar sobre a decisão de Putin, pedindo que as pessoas não acreditem nas palavras do líder russo.

Segundo ela, todos os principais noticiários ucranianos estão mostrando ataques em diversas partes do país e pontos militares próximos às cidades, como aeroportos e estações ferroviárias.

“O Putin declarou guerra ao meu país. Não acreditem nas palavras dele de que a operação é somente nos territórios que estavam na disputa no leste da Ucrânia. Todas as cidades onde há pontos importantes estão sendo atacadas”, escreveu.

Olya também contou à reportagem que está mantendo contato com os amigos que moram na Rússia e todos estão repudiando a guerra.

“Tenho um monte de amigos russos, nós continuamos conversando e ninguém apoia isso. […] Não é uma guerra entre ucranianos e russos, tudo é só jogo político”, afirma.

Apesar da preocupação, a confeiteira mantém a esperança de que tudo termine bem entre os países e que não haja mais mortes por guerras motivadas por situações políticas. Ela afirma que irá manter o contato com os familiares ucranianos.

“Espero que vá dar tudo certo, a maioria dos russos não quer tudo isso”, diz.

Declaração de guerra

Após quatro meses de crise com o Ocidente, a Rússia decidiu atacar a Ucrânia nesta quinta-feira (24), naquilo que Kiev chamou de invasão total. É a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Putin foi à TV para dizer que faria uma “operação militar especial” no Donbass, a área de maioria russa étnica no leste do vizinho. Seu comando militar, contudo,confirmou que “armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas ucranianas”.

Além disso, o comando militar das repúblicas rebeldes afirma que está avançando com suporte russo rumo às fronteiras que consideram suas, violando assim território ucraniano que estava sob Kiev. O nome disso é guerra, invasão ainda que não total.

Tudo começou com um pronunciamento às 5h45 (23h45 da quarta, 23, em Brasília), no qual Putin anunciou uma “operação militar especial” para “proteger a população do Donbass”, região do vizinho na qual ele reconheceu áreas rebeldes pró-Rússia na segunda (21). Ele disse que quer trazer à justiça quem cometeu o que chamou de “genocídio” e “crimes” contra russos nas áreas, além de “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia.

Há sinais claros de um ataque amplo, mas não se sabe se é uma invasão total nos termos colocados por Kiev e pelo Ocidente. Putin disse estar cumprindo o que havia prometido: enviar tropas para apoiar as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, e negou que irá ocupar território. 

MIDIA NEWS

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